janeiro 22, 2011


...Me laça a alma, me leva embora...

janeiro 19, 2011

Quero exprimir o que sinto, por já ter ultrapassado a dor de pensar.
Quero não querer... Satisfazer-me!
Insensato querer que afugenta a minha calmaria
Fez-me escrava do seu querer, meu querer, porque me queres desse jeito?

O morro dos ventos uivantes

Nas charnecas,nos pântanos tempestuosos,
Costumávamos deitar e rolar no verde.
O teu temperamento era igual ao meu ciúme:
Ardente demais,ávido demais.
Como pudeste deixar-me,
Quando eu precisava possuir-te?
Eu te odiei.Eu te amei,também.

Pesadelos à noite
Disseram-me que eu ia perder a luta,
Se abandonasse o meu Morro,
O Morro dos Ventos Uivantes.

Heathcliff,sou eu,Cathy,
Estou indo para casa.Que frio!
Deixa-me entrar pela janela.

Oh,está ficando escuro!Ermo,vazio,
Do outro lado,longe de ti.
Sinto a tua falta.Sinto que o destino
Não se cumprirá sem ti.
Estou voltando,amor.
Cruel Heathcliff,meu único sonho,
Meu único senhor.

Há muito,venho vagando pela noite.
Estou voltando para resolver tudo.
Estou voltando para o Morro,
O Morro dos Ventos Uivantes.

Oh,deixa-me ter,
Deixa-me levar a tua alma.
Oh,deixa-me ter,
Deixa-me levar tua alma.
Sabes que sou eu,Cathy!

Kate Bush

janeiro 09, 2011

Embriaguem-se!

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.

Baudelaire