Um caos interno acontece...
As sensações despecam a todo momento, como se estivessem transformado-se pedras, em uma queda brusca e livre no abismo do meu ser.
Elas berram de forma ensurdecedora e aguda, porém, ecoa em silêncio, arrepia-me por inteira.
Sinto necessidade de vomitá-las, têm me causado nós na garganta, dores no órgão que pulsa o sangue.
Sou tão quente e fria ao mesmo tempo, letrista que age calculadamente a procura das palavras, do sentido, da expressão ideal, do desembargo dessas emoções contorcionistas que têm posse de mim.
Estou embriagada de loucura, e injetei vida demais essa noite, o meu êxtase é o surto.
Sinto cada palavra inexpressiva percorrer pelas minhas veias, a entopi-las.
Meu suor é poesia que escorre pelo meu corpo, mas não encontro uma folha para secar-me e deixá-las registradas, tão incompreensíveis...
Um mistério a mim, a ti, a nós!
Um brinde!
Brindemos à todas decepções, angústias, cicatrizes e feridas frescas, mas brindemos principalmente à máscara que esconde esse conjunto, nos permitindo enganar, mentir, manipular, forjar...
Torna-se um escudo contra demais torturas inconscientes, incuráveis, permanentemente marcadas de forma tão invisível.
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