abril 11, 2010

E foi pra lá...

Meus pensamentos vagam,
por ruas escuras, por lugares agitados,
por jardins entre as árvores,
pela busca da compreensão, da solução,
é a necessidade de tirar a dor com a mão,
de uma resposta sem pergunta.

Inconsciente, entenda que não tenho posse de nada,
sentimentos surgem de forma inesperada.

Cada palavra, movimento, olhar
é uma punição, consequências da atração.

Atração indesejada,
rompeu bloqueios, aqueceu órgãos gelados,
o coração foi o principal,
independente do objetivo, atingiu o pior alvo.

Despertou fúrias internas,
frustrações, tristezas,
tudo se torna tão evidente a partir do olhar,
transparece a alma, as sensações que tento esconder,
fugir, arrancar de mim.

Eu grito em silêncio!
Eu falo com o olhar!
Eu não expresso sentimentos!
Eu penso, pra me calar!

Não me questione, nunca lhe direi o que sinto,
mesmo com as palavras na ponta da língua,
eu engulo, engasgo, não gero arrependimento,
Sofro a dor sozinha, e da mesma forma me recupero.

Pelo mesmo caminho, o qual já conheço bem,
caminharei com precaução.

Pra todo amor, ha o obstáculo,
Pra toda tampa, ha uma panela,
Enquanto eu permaneço sendo cuia.

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