agosto 15, 2010

Calma alma minha, calminha!

Tantas coisas descobriste de mim a partir do olhar,
o afeto tornou-lhe as janelas do meu ser, confiança às cegas.
Caminhaste comigo, foste amigo meu, amado meu,
guiou-me pela mão por caminhos desconhecidos, misteriosos, instingantes,
curiosidades interessantes.
Porém em mim há um problema,
um imã para máscaras mal presas.
Ao envolver-me em teus braços, cativar-me com teus olhares e palavras
apresentou-se como o indescritível que eu procurava,
nada de perfeição, mas qualidades o bastante para camuflar os defeitos,
mesmo sem ter a intenção de esconde-los.

Agora peço, siga, mas deixe-me exatamente aqui,
caída no chão...

A dor que sinto é ferida pura,
é interior e evidente,
escondida, mas bem aparente!

Causaste tanto estrago inconsciente,
que hoje é o único pedido que lhe peço,
mas por favor, antes de sair
feche as janelas, tranque as portas e jogue a chave fora
não pense em fazer cópia,
uma vez desabitado é remoldado.

Fatos, um problema quando interpretado erroneamente como omissão,
antecipo-me assumo, mas essa é a minha armadura,
assim preparo o terreno para aprofundar-me na solidão do meu eu,
é confortante, não aterroriza,
ao contrário da mão estendida, o olhar sereno e o doce afeto
avistado ao longe, apontado em minha direção.

Sigo e deixo-me como nota uma predição,
caminhe por entre espinhos, mas nunca voe entre nuvens,
as mesmas causam tempestades por mais puras que aparentam ser.

Por hora, deixo minhas borboletas em repouso
e outro jardim não irei procurar.

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