outubro 03, 2010

Olha lá!

Olha lá,
quem a vê sempre maquiada de preto, com traços perfeitos nos olhos, mal sabe quantas lágrimas já foram derramadas pelos mesmos.
Olha lá,
quem a vê andando desajeitada, distraída com seus pensamentos e atenta a todos os movimentos, mal sabe por onde as asas da sua imaginação vagueiam.
Olha lá,
quem a vê sempre arrumada, com all star no pé e propositalmente largada, mal sabe o seu estado metamorfósico.
Olha lá,
quem a vê e julga pela sua aparência, mal sabe o que se passa no seu mundo interno tão conturbado, devagar e acelerado.
Olha lá,
quem a vê com rosto de uma pequena menina, mal sabe que teu racícinio é de uma grande mulher.
Olha lá,
quem a vê tão sorridente, mal sabe o conforto que ela encontra no silêncio noturno.
Olha lá,
quem a vê rodeada por tantas pessoas, mal sabe o anti-socialismo a impera.
Olha lá,
quem a vê tão quieta, mal sabe o oceano de palavras que navegam dentro dela.
Olha lá! Olha lá! Olha lá...

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